segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A LUZ DO OLHAR

“São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas” (Lucas 11:34)

Olá amigo leitor. Já estava com saudades de compartilhar a Palavra com você, tenho estado um tanto ocupado. Agora com um serviço secular e preparando alguns seminários. O tempo ficou bem escasso, sem falar na faculdade e no TCC. É uma correria só! Ainda para completar, me caso no final deste ano. Ah! Falando nisso, você não pode faltar, é meu convidado de honra. Eu e minha noiva Juliana ficaremos felizes com sua presença no dia 8 de dezembro, as 19:00 horas, no TBC. Bem, deixa de prosa.
Você que tem acompanhado nossas mensagens pode ter estranhado a maneira informal que com a qual comecei a escrever este texto; não sei como você vê isso, mas com certeza é diferente da maneira que eu vejo, ou da maneira que outra pessoa vê. Vemos o mundo de maneiras diferentes uns dos outros, e isso tem a ver com nossa forma interior de perceber o mundo a nossa volta. A maneira física que percebermos o mundo externo é através de nossos sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. Mas além do uso dos sentidos, temos barreiras psicológicas que agem como se fossem filtros, são o nosso “id”, “ego” e “superego”.
O id constitui a fonte dos impulsos ou tendências de uma pessoa; o superego representa os educadores (pais, professores) introjetados no indivíduo; e o ego é uma espécie de "relações públicas" entre o ser, seus impulsos e a sociedade. Freud usou a seguinte metáfora para mostrar como essas três instâncias se relacionam: o ego é um cavaleiro tentando frear um cavalo selvagem (o id), seguindo as ordens do professor de equitação (superego). (Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,504071,00.html)

Eles estão ligados a crenças, experiências, educação, tradições e uma série de paradigmas que carregamos. Em outras palavras, duas pessoas podem ver a mesma cena de maneiras totalmente diferente. Por isso Jesus disse: “São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas”. Ter bons olhos é conseguir ver o bem nas pessoas, mesmo naquelas que não valorizamos, nas que não compreendemos, nas que consideramos erradas... É ter empatia - em-patia: “patia” significa “pele”, em-pele ou na-pele, ou seja, se colocar na pele do outro, tentar ver as coisas através dos olhos de outros.
Jesus conseguia fazer isso muito bem: enxergou a bondade em um samaritano (Lc 10:33), pessoa desprezada para o judeu da época; exaltou a fé do centurião romano acima de qualquer israelita, sendo os romanos opressores de seu povo (Mt 8); encontrou em Mateus, o coletor de impostos, qualidades para o ministério apostólico (Mt 9:9), entre outros exemplos. Ele sempre focou o bem nos seres humanos, até mesmo Judas, no momento em que traiu Jesus, foi chamado de amigo (Mt 26:50), pois esse era o maior bem em Judas.
Somos desafiados por Deus a enxergar o bem nas pessoas, a ver o mundo com bons olhos, a usar o “mas” de maneira que valorize os outros. Por exemplo, podemos dizer: “fulano é um bom homem, mas é impaciente” ou “fulano é impaciente, mas é um bom homem”, o que colocamos depois do “mas” tem maior peso.

Fomos chamados por Deus para anunciar boas novas, transmitir o que é bom e correto, não podemos ser proclamadores do mal. Todos nós temos qualidades e defeitos, que nosso olhar possa sempre procurar o que é bom nas pessoas e no mundo a nossa volta, que ao invés de reclamarmos de um dia chuvoso, possamos reconhecer que é a chuva que trás vida ao solo.
Sei que há sempre um lado bom em tudo, procure por ele, pois como nos garante as escrituras: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28).

Ev. Elias G. Codinhoto

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