segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Dá-me filhos senão morrerei (Congresso Jubrac Sul – Parte 3)



Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve ciúmes de sua irmã e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morrerei. (Gn 30:1)


Já passava das 15 horas. O grupo de louvor ministrava a canção de Chris Durán, “Dá-me Almas”, hino tema do congresso, quando cheguei ao templo:


Qual seria o preço dessa multidão


Tudo o que eu tenho por uma alma só


Ouve-se um grito desesperador


O mundo em chamas clama por um pregador


Morrerias tu por elas abrindo mão dos teus desejos


Para viver grande colheita



Dá-me almas, dá-me vida


Dá-me águias, para encher o céu



Qual seria o preço dessa multidão


Tudo o que eu tenho por uma alma só


Ouve-se um grito desesperador


O mundo em chamas clama por um pregador


Então como ouvirão se não há quem pregue almas


E o evangelho dos que anunciam a paz



Inspirados pelo texto tema: “E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.” (Mt 4:19), a igreja foi adornada de redes de pesca, repletas de peixes de papel, que simbolizavam as almas que resultaram de uma grande “pesca” que cremos estar por vir. Logo foi me dada à oportunidade para pregar. O tema desta primeira palavra (abertura do congresso): “Dá-me filhos senão morrerei”.


Era esse o clamor de Raquel. Mas por que a esposa de um patriarca teve que clamar por filho? Na verdade, todas clamaram. Abrão e Sara clamaram por um filho que só lhes foi concedido na velhice. Mas não é o mesmo Abraão que recebeu a promessa: “Então, o levou fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente.” (Gn 15:5). Isaque, o filho tão esperado de Abraão, a quem se referia à promessa de posteridade, também teve que orar instantemente por filhos, pois sua mulher era estéril (Gn 25:21). E agora Jacó, o neto de Abraão, se depara com sua mulher desesperada clamando: “dá-me filhos senão morrerei”, não eram todos patriarcas? Não tinham todos a mesma promessa de serem pais de multidões? Como poderiam ser estéreis?! Será que Deus estava de brincadeira com eles? – Será que Deus está tirando onda com você? Fez-te promessas, mas parece que tudo caminha contrário, tudo para você parece ser mais difícil...


Por não entendermos o que o melhor desta terra é concebido como resposta de oração, muitas vezes parece que o “universo” conspira contra nós, que tudo que conquistamos é sempre debaixo de muita luta. Veja bem! É natural que um casal se case e tenha filhos, filhos naturais, Deus, porém, quer nos dar filhos espirituais, dádivas preciosas, especiais, que só podem ser gerados através da oração, Davi reconhece ser gerado assim no Salmo 71:6 “Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste do ventre de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente.” e outra vez no Salmo 139:14-15 “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra”. Filhos e dádivas espirituais são gerados pela oração e súplica, se não for assim, serão apenas consequência natural de algo, e não espirituais (especiais). Creia que Deus tem o melhor para te dar, mas sempre em resposta de oração. Quanto mais especial, mais clamor para gerar (Rm 4:16-17).


Gênesis 30:2 diz: “Então, Jacó se irou contra Raquel e disse: Acaso, estou eu em lugar de Deus que ao teu ventre impediu frutificar?”. Talvez alguém se irrite com sua promessa, eles vão dizer que é impossível, que para você não tem jeito, foi assim com Ana, mãe de Samuel: “Então, Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (1Sm 1:8). Perceba! Vão propor-lhe trocas, alguém vai tentar persuadi-lo a desistir da promessa, como mostra Provérbios 20:14 “Nada vale, nada vale, diz o comprador, mas, indo-se, então, se gaba”. Mas Ana persistia: “E sucedeu que, perseverando ela em orar perante o SENHOR, Eli fez atenção à sua boca,porquanto Ana, no seu coração, falava, e só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada.” (1 Sm 1:12-13). Você pode ser mal interpretado, mas persevere. A palavra para “perseverando” no original é “rabah”, que significa: ser ou tornar-se grande, ser ou vir a ser muitos, ser ou tornar-se muito, ser ou vir a ser numeroso; multiplicar; aumentar sobremaneira ou excessivamente. Enquanto Ana clamava ela se fortalecia, se tornava grande, se tornava muitos, assim também é seu clamor diante de Deus. Finalmente Ana concebe seu filho, e veja que maravilhosa declaração: “ela concebeu e, passado o devido tempo, teve um filho, a que chamou Samuel, pois dizia: Do SENHOR o pedi.” (1 Sm 1:20). “Do Senhor o pedi”, ou seja, resposta de oração. Samuel foi sacerdote, profeta e juiz de Israel, acho que isso explica o grande clamor de Ana, pois não poderia ser de outra forma, Samuel tinha que ser concebido através da oração, assim como sua promessa. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á.” (Mt 7:7-8).


Receberemos então tudo que pedimos? – Veja o que diz em Tiago 4:3 “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”. A igreja entende que deve pedir segundo o coração de Deus, e se empenha em buscar sua vontade, “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11:36), o que mais importa é que a vontade de Deus seja estabelecida em nossas vidas, Cristo demonstrou isso perfeitamente no monte das Oliveiras “dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua.” (Lc 22:42). Ainda que a vontade de Deus seja nossa morte, ainda assim será perfeita. “Ainda que ele me mate, nele esperarei” (Jó 13:15a).


Deus ainda procura homens e mulheres fieis, como em Ezequiel 22:30, ainda ressoa a voz do Criador: “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei”. Você está pronto a responder? Está pronto a se colocar na brecha? Como fez Isaias: “Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is 6:8).


Pede-me, e eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão. (Salmos 2:8)


Ev. Elias Codinhoto

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