sexta-feira, 10 de setembro de 2010

LIDANDO COM OS CONFLITOS

“Ouvindo isto os filhos de Israel, ajuntou-se toda a congregação dos filhos de Israel em Siló, para saírem à peleja contra eles.” (Josué 22:12)

O exército chegou às margens do Jordão pronto para peleja, na outra margem estava um altar que supostamente representa rebelião contra Deus. Na verdade, ninguém no exército sabia com exatidão o real motivo pelo qual o altar foi edificado, alguém julgou segundo seu próprio ponto de vista e, por uma interpretação precipitada, toda nação estava em pé de guerra. Esse tipo de interpretação também é muito comum em nossos relacionamentos. No trabalho, na família, com os amigos e principalmente no relacionamento conjugal. Geralmente, analisamos as situações por apenas uma perspectiva, a nossa!

Por exemplo: alguém esta aguardando uma pessoa e ela se atrasa. O que geralmente nos passa pela mente é: “ela não tem consideração”, “eu tenho outros compromissos, como pode me deixar esperando?”, “que falta de respeito”. Esses pensamentos vão dando lugar a sentimentos como: desvalorização, raiva, indignação, desrespeito, entre outros. O que raramente se passa por nossa cabeça é: “será que aconteceu alguma coisa?”, “o que pode o ter atrasado?”, “ela deve ter um bom motivo para o atraso!”. Dificilmente damos vazão ao sentimento de empatia, preocupação ou compreensão. Apenas julgamos precipitadamente segundo nosso ponto de vista e, na maioria das vezes nos frustramos.

Outra causa frequente para conflitos e frustrações são as expectativas. Geramos em nossa mente um tipo de “visão do futuro”, onde prevemos os acontecimentos numa ótica individual. Por exemplo: dia do aniversário, - a pessoa passou o dia acreditando que o cônjuge compraria aquela roupa que viram juntos no shopping, afinal, ela deu todas as dicas, demonstrou grande interesse, é “óbvio” que ele comprou. O “distraído” marido chega feliz da vida com um buquê de flores, achando que iria “arrasar”, e arrasou mesmo! Com o verdadeiro sentido da palavra. Note que destaquei propositalmente a palavra “óbvio”, pois não existe nada óbvio a todos, o que é óbvio a alguém, pode ser totalmente irrelevante para outros.

Expectativa. Naamã quase perdeu uma grande benção por se basear em expectativas (2 Rs 5): “Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso.” (2Rs 5:11). Percebemos que ele já havia visualizado em sua mente como seria o encontro com o profeta Eliseu, e se frustrou ao perceber que sua expectativa não se realizaria.

Elias não duvidou um só instante que Deus mandaria fogo, mas em sua expectativa ele achava que Israel (principalmente o rei) se voltaria inteiramente para Deus e não teria mais de se esconder, não passava por sua mente a ideia de ser perseguido por Jezabel. Podemos vê-lo correndo esperançoso à frente do carro do rei Acabe (1Rs 18:46), e depois pedindo a morte (1Rs 19:4) por ter sua expectativa frustrada. Mas a Palavra expressamente nos diz: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. (Filipenses 4:6-7).

Podemos extrair do texto áureo lições práticas para tratar os conflitos:

1) A primeira coisa a fazer é ouvir atentamente a versão da(s) pessoa(s) ofendida(s) (Js 22:15-20);

2) Depois é importante que se desculpe pela ótica do(s) ofendido(s), ou seja, mesmo que tenha havido um mal entendido, primeiramente se desculpe por isso (Js 22:21-23). (ex. me perdoe por tê-lo feito se sentir assim, em sua ótica eu também me sentiria ofendido). Se a exposição é autentica, não há nada mais a fazer do que se desculpar e, quando possível, restituir ou solucionar a causa.

3) No caso de um mal entendido, somente após se desculpar (tendo em mente a ótica do outro), explique sua versão da situação, pois a pessoa estará aberta a ouvir seus argumentos (Js 22:24-29). Se começar a dar explicações ou justificativas sem se desculpar, a pessoa ofendida pode não ouvi-lo.

“Ouvindo, pois, Finéias, o sacerdote, e os príncipes da congregação, e os cabeças dos grupos de milhares de Israel que com ele estavam as palavras que disseram os filhos de Rúben, os filhos de Gade e os filhos de Manassés, deram-se por satisfeitos.” (Js 22:30)

Ev. Elias Codinhoto

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