quinta-feira, 3 de julho de 2008

Corvos, Viúvas e Anjos.


1 Reis 17:4 Beberás da torrente; e ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem.
1 Reis 17:9 Dispõe-te, e vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida.
1 Reis 19:5 Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come.

Um vulto negro percorre o céu e pousa junto ao profeta. Todos os dias que Elias esteve às margens do ribeiro era essa sua visão, o obediente corvo trazia-lhe mantimentos.
A raiz da palavra “corvo” no hebraico significa: anoitecer, escurecer. Já no grego, a mesma palavra significa: saciar, satisfazer. Isso nos lembra do salmo 30:5b que diz: “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”. O corvo é principalmente necrófago (come carniça), mas também mata pequenas aves e mamíferos, numa dieta que inclui ainda ovos, caracóis e cereais, ataca lavouras e é considerada uma ave imunda (Lv 11:15). Na mitologia, os corvos são vistos geralmente como portadores de maus presságios, devido à sua plumagem negra e hábitos necrófagos. É interessante que Deus o utilize como exemplo de seu cuidado com os homens (Jó 38:41, Sl 147:9). Em Lucas 12:24 Jesus diz: “Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves!” Deus tem a maravilhosa capacidade de transformar maldições em bênçãos, situações difíceis que nos sobrevém se tornam em experiências de cuidado em meio à escuridão, Deus usa coisas imundas para revelar sua graça (At 10 e 11), coisas que não são, para reduzir a nada as que são (1Co 1:28).
Quando Ele enviou o profeta à casa da viúva, Elias poderia ter pensado: “está viúva devia ter um marido rico, alguém que possui muitos bens”, mas ao chegar lá, se depara com uma mulher pobre e desamparada. É interessante a maneira que Deus trabalha, usando pessoas para suprir pessoas, a viúva pobre cuida de Elias, e ele é o canal de bênçãos para que não lhe falte nada. “Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, segundo a palavra do Senhor, por intermédio de Elias”. (1Rs 17:16)
Fugindo de Jezabel, o profeta acreditava que tudo estava perdido, era como se sua luta tivesse sido em vão, sem esperança pede a morte e exausto adormece debaixo de uma arvore; mas é despertado por um anjo que o alimenta (1Rs 19:5). Por muito tempo esperei uma experiência assim, ver um anjo, ou ouvir a voz de Deus entre as nuvens, buscava uma experiência intima com Deus, acreditava que Deus queria se revelar a nós dessa forma. Nunca tive tal experiência, aprendi a me relacionar com Deus e sentir seu cuidado através das pessoas. Hoje sei que essa é a maneira que Deus escolheu para se relacionar com o homem, por isso a igreja é o corpo de Cristo (1Co 12:27), ele é o cabeça e nós somos o corpo, Deus quer realizar através de nós. Isso é maravilhoso, Deus poderia fazer tudo sozinho, mas Ele se agrada em repartir conosco sua obra, sendo Deus dono do ouro e da prata poderia financiar seu reino de uma maneira sobrenatural, mas é por meio de “viúvas” que faz isso (Mc 12:42). Deus pode usar corvos e anjos para nos socorrer, mas Ele prefere usar pessoas. Podemos resumir o cuidado de Deus nestas palavras: “uns aos outros”.

João 13:35 Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.
Ana & Toni, Ev. Elias G. Codinhoto.

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