“Quando pensei: não me lembrarei dele e já não falarei no seu nome, então, isso me foi no coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; já desfaleço de sofrer e não posso mais” (Jr 20:9).
Esse versículo é considerado uma das pérolas do livro de Jeremias. Uma passagem apinhada de sentimento, onde se vê uma alma despida. O profeta faz uma queixa ao Senhor (Jr 20:7-18), pois o Ele o constrangia a pregar uma palavra dura ao povo. Jeremias dizia: “Sempre que falo é para gritar que há violência e destruição. Por isso a palavra do Senhor trouxe-me insulto e censura o tempo todo” (Jr 20:8). O povo estava revoltado com a pregação do profeta, eles o desprezavam, não tinha amigos, todos desejavam o seu mal. Ele era como João Batista, que foi perseguido e morto por Herodes, por pregar a verdade sobre o pecado (Mt 14:3-5). Porém, quando o profeta pensava em desistir, quando se sentia cansado por trabalhar sem reconhecimento humano, quando pensava em regredir, tal negligência era como uma chama consumidora dentro de si, uma tensão insuportável que o impelia para frente, pois o ardor desse fogo o fazia prosseguir. O apostolo Paulo também foi impulsionado por Jesus quando se queixou do sofrimento, e ainda hoje ressoa a nossos ouvidos as palavras de Cristo, como a chama que ardia nos ossos de Jeremis: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12:9a).
O Espírito Santo nos motiva dizendo: “não pare”, “Porque o amor de Cristo nos constrange” (2Co 5:14a) a seguir em direção ao nosso alvo, não podemos resistir a essa voz, não podemos apagar esse fogo, não podemos extinguir o Espírito dentro de nós (1Ts 5:19). Somos desafiados a gerar filhos espirituais, “porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz, esforça-te e clama, tu que não estás de parto; porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido” (Gl 4:27). Temos que contagiar outros com essa chama poderosa do Espírito, fazendo discípulos, como diz a grande comissão: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19).
Se você estava se sentindo cansado, injustiçado, perseguido ou desvalorizado, não pare, continue um pouco mais, são nesses momentos que Jesus nos diz: “se alegrem, sois bem-aventurados”, veja: “Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do Homem. Regozijai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu; pois dessa forma procederam seus pais com os profetas” (Lc 6:22-23). Existe de fato um grande premio, que só será entregue ao que terminar a prova. Encontramos por diversas vezes nas cartas as igrejas em Apocalipse esta frase: “ao que vencer” (Ap 2:7,17,26 e 3:21), e em Mateus 24:13 diz: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”. Paulo faz questão de deixar isso bem claro: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis” (1Co 9:24). Mas se somos muitos, quem receberá o premio? Quem será o vencedor? Eu? Você? ...? Um só levará o premio?
“Em 1992, nas olimpíadas especiais de Seattle, também chamada de Paraolimpíadas, nove participantes, todos com deficiência mental ou física alinharam-se para a largada da corrida dos cem metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com a vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar. Todos, exceto um garoto, que tropeçou no piso, caiu rolando e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo olharam para trás. Viram o garoto no chão, pararam e voltaram. Todos eles! Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhou-se, deu um beijo no garoto e disse: "pronto, agora vai sarar". E todos os noves competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou e não tinha um único par de olhos secos. E os aplausos duraram longos minutos. As pessoas que estavam ali, naquele dia, repetem essa história até hoje. Por quê? Porque, lá no fundo, nós sabemos que o que importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho, é ajudar o próximo a vencer também, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar de curso. Que cada um de nós possa ser capaz de diminuir o passo ou mudar de curso para ajudar alguém que em algum momento de sua vida tropeçou e precisa de ajuda para continuar!”
É assim que venceremos como igreja, como corpo de Cristo (1 Co 12:27), como noiva adornada para o seu esposo (Ap 21:2), ajudando uns aos outros.
Em Marcos 2:1-12, vemos Jesus realizando mais um de seus milagres, porém, duas coisas fizeram grande diferença, uma delas se chama solidariedade: o aleijado foi trazido por quatro amigos, e esses, não desistiram em meio às dificuldades, antes, subiram no telhado e baixaram o amigo por uma corda até os pés de Cristo. A outra é o perdão: Jesus perdoou o aleijado, mesmo antes de curá-lo. Para vencermos como igreja, temos que ajudar uns aos outros, motivando, exortando, auxiliando e perdoando. Esse é o Pastoreio com Excelência.
Não Pare! Estamos todos juntos nesta Família de Pastoreio Excelente!
“Um ao outro ajudou e ao seu companheiro disse: Esforça-te!” (Is 41:6).
Ev. Elias Codinhoto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário