quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Toque no Mar

“E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco”. (Êxodo 14:16)


Uma mãe sentada amamenta seu bebê, enquanto o marido arruma a tenda para passarem a noite, foi um dia muito cansativo, eles acordaram muito cedo, antes mesmo de se levedar a massa para os pães, saíram apreçados rumo ao deserto, levando consigo tudo quanto podiam carregar. A multidão estava espalhada por toda a praia, todos se preparavam para acampar ali. Um menino se aproxima com um feixe de lenha e entrega-o ao pai, que apressadamente prepara a fogueira.
Por toda parte a cena era quase a mesma, todos se aprontavam para descansar. Foi quando se ouviu o soar da buzina. Todos os olhares se voltaram em direção à sentinela no alto do morro, que apontava desesperado para direção do Egito. Então, quase que numa sincronia perfeita, todos olharam naquela direção. O som do sussurro de espanto foi reproduzido por milhares de vozes, ressoando quase como um estrondo. Todos ficaram imóveis, o frio da adrenalina percorreu rapidamente seus corpos. Pareciam ter caído em uma grande cilada, a sua volta estavam os montes, à frente o grande Mar Vermelho e, ao seu encalço, o inimigo, aquele que parecia ter sido derrotado pelos grandes sinais e maravilhas realizadas no Egito.
Egito, um lugar que serviu de abrigo no tempo da escassez, e que mais tarde se tornou uma prisão para os filhos de Israel. Muitos buscam abrigo ali, muitos fogem para se esconder lá.
Para nós, o Egito representa o passado, uma vida fora da graça, vida mundana. Para alguns, isso representa as orgias, para outros as drogas, o sexo ilícito, o roubo, uma vida de crimes, desavenças conjugais, o homossexualismo, o adultério, a pornografia, entre outras formas de pecados; o amor às riquezas, uma vida centrada em si mesmo, prisões que só vemos com olhos espirituais.
Esse “Egito”, ou essa vida que levávamos, ainda quer se levantar tentando nos amedrontar, querendo dizer que não podemos escapar de seu domínio, como se o Deus que nos libertou não fosse capaz de nos conduzir às promessas. Mas as Sagradas Letras nos dizem: “Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo” (Fl 1:6). Veja o que diz em Hebreus 13:20-21:
“Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas, vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém!”
Ou seja, Deus está contigo, capacitando-o a cada dia, para que você prossiga em direção às suas promessas.
– Mas, como prosseguir se estou parado entre o mar, os montes e o inimigo?
– Então chegou à hora de você tocar no mar.
– Mas por que no mar?
– Bem! Ir para os montes significa mudar de direção, sair do caminho que Deus estabeleceu para você, é seguir por seus próprios caminhos, é dar atenção aos conselhos daqueles que não foram iluminados pela palavra. Esse caminho é montanhoso e escorregadio, a princípio parece ser a melhor opção, ou talvez a única, pois se tenho um mar à minha frente e o inimigo me persegue, por que não mudar de direção?
– Porque quando chegar aos montes verá que eles são intransponíveis, e sofrerá para voltar onde estava. Já dizia o salmista:
“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.” (Sl 121:1-2).
O outro pensamento que costuma nos vir à mente é o de voltar ao “Egito”, pois quando estamos de frente ao mar, parece que nossa vida antiga era melhor do que o viver na graça. Lembramos-nos dos “privilégios” que tínhamos, dos “amigos”, dos “prazeres”... Mas, voltar ao Egito significa se render ao inimigo e, confiar em alguém que tem como objetivo principal roubar, matar e destruir (Jo 10:10). A melhor opção é tocar no mar.
– Como assim? Como o tocar no mar me ajudará?
– Tocar no mar significa permanecer na direção que Jesus está nos conduzindo, significa confiar inteiramente nas promessas de Deus para sua vida, mesmo se surgirem obstáculos, é por esse caminho que deverás seguir. Tocar no mar é ter uma atitude de fé!
– Por que você parou?
– Deus não te disse que era tempo de parar, Ele não te mandou descansar.
– Mas sugiram obstáculos!
– Não importa, a ordem de Deus é: “continue a marchar!”.
– Mas e o mar?
– O mar está aí porque Deus permitiu, não é Ele que te conduz? Tocar no mar é um passo de fé, é o mesmo que Deus propôs a Josué:
“porque há de acontecer que, assim que as plantas dos pés dos sacerdotes que levam a arca do Senhor, o Senhor de toda a terra, pousem nas águas do Jordão, serão elas cortadas, a saber, as que vêm de cima, e se amontoarão” (Js 3:13).
Ou seja, continue na direção das promessas do Senhor, tendo como base a sua palavra que é luz para nossos caminhos (Sl 119:105). O mar só se abrirá quando você tocar nele, quando você decidir confiar no Senhor e seguir por seus caminhos eternos.
“Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem” (Ex 14:15).
A palavra nos diz, que depois que Moisés estendeu a mão sobre o mar, um forte vento soprou toda aquela noite (Ex 14:21). Talvez a solução não venha instantaneamente após o toque no mar, ou após se posicionar no caminho correto, mas você sentirá imediatamente o soprar do Espírito Santo sobre sua vida, diz assim o Salmo 30:5
“A sua ira dura só um momento, mas a sua bondade é para a vida toda. O choro pode durar a noite inteira, mas de manhã vem a alegria” (NTLH).

Tenha coragem! Levante-se e toque o mar. O Senhor é quem está à sua frente!

Ev. Elias G. Codinhoto.

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