quarta-feira, 16 de junho de 2010

Assimilando Problemas e Mudanças

Então, Davi e o povo que se achava com ele ergueram a voz e choraram, até não terem mais forças para chorar”. (1 Samuel 30:4)

Davi e seus homens retornavam para suas casas na cidade de Ziclague, terra dos filisteus. De longe podiam ver a fumaça que subia da cidade. “Quando Davi e os seus homens chegaram, viram que a cidade tinha sido queimada e que as suas mulheres, os seus filhos e as suas filhas haviam sido levados embora” (1Sm 30:3 NTLH). Os amalequitas haviam saqueado a cidade, e também levaram todos que ali estavam, inclusive as mulheres de Davi, Ainoã e Abigail. Diante de tamanha catástrofe, a principio, só o que puderam fazer foi chorar até perderem as forças.

Nossas primeiras ações ao encaramos uma situação repentina, uma mudança brusca, um problema que nos pega de improviso, são decisivas, por isso temos que ter alguns conceitos pré-estabelecidos em nossas mentes. Como costuma dizer meu professor de marketing: “o inesperado sempre acontece e, raramente é uma surpresa agradável”. “Davi ficou profundamente angustiado, pois os homens falavam em apedrejá-lo; todos estavam amargurados por causa de seus filhos e de suas filhas. Davi, porém, fortaleceu-se no Senhor, o seu Deus” (v. 6 NVI). Podemos tirar lições importantes desta passagem:

De que valeu o tempo que perderam chorando e se lamentando?

Muitos agem desta forma diante do inesperado, dos problemas, crises ou mudanças.

Alguns dizem: “se” eu tivesse agido diferente, “se” não tivesse seguido por este caminho, Se... Se... Se... Na verdade, esses “Se’s” só nos distanciam do problema, não podemos mudar o passado, o único lugar no tempo que podemos fazer alguma coisa é no presente, por isso, o quanto antes estivermos plenamente no presente, nos ajudará a tomar uma atitude que realmente terá peso diante do problema.

Projetar o problema para o futuro é outra perda de tempo, do que vale ficar se lamentando: “e agora? O que vou fazer? Como vou viver sem isso? O que será de mim amanhã? E se eu precisar?...”. Como diz em Mateus 6:34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”.Temos que aceitar os prejuízos, assimilar as mudanças e prosseguir. Como nos aconselha o apostolo Paulo: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fl 3:13-14). Isso é o fortalecer-se no Senhor, é olhar para Deus e não para o problema em si, é poder dizer: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fl 4:13).

Então, a primeira atitude que temos que ter diante do inesperado, é uma assimilação rápida do que aconteceu, sem nos apegarmos ao passado, nem projetar o problema para o futuro, aceitar os prejuízos. Algumas pessoas usam a expressão: “correr atrás do prejuízo”, quando deveriam dizer: “correr atrás de solução”.

Há alguns dias vivi uma situação dessas: deixei meu carro estacionado na rua enquanto estava na faculdade. No intervalo precisei buscar algo no carro, e adivinhem... Isso mesmo! Meu carro tinha sido furtado. Não dá para descrever o que se sente num momento desses. Ficamos meio que anestesiados, não queremos acreditar no que está acontecendo. Olhei em volta na esperança de ter me enganado e, o carro estar em outro lugar. Quando assimilamos o que aconteceu vem a faze da ação, a hora de tomar uma decisão. No meu caso, o que fiz foi: telefonar para policia comunicando o ocorrido e logo depois liguei para que alguém me buscasse no local. Admirei a forma que assimilei a situação, não fiquei concentrado no “se”, nem no “e agora?”, aceitei o prejuízo, pois meu carro não estava no seguro. No outro dia, comprei uma mochila e providenciei minha carteirinha de passe escolar, que levou alguns dias para ser emitida. Quanto mais demorasse a executar essa ação, maior seria o prejuízo, pois tive que pagar a condução integralmente até que saísse a carteirinha. Poderia ficar esperando que achassem meu carro, ou perder alguns dias de aula me lamentando pelo ocorrido. No entanto, meu carro não foi encontrado até hoje. Eu me fortaleci no Senhor e prossegui em frente. Meus dois irmãos se uniram e compraram um carro para mim, mas, assustadoramente, foi furtado no mesmo mês, tive que retomar a mochila e voltar a andar de “busão”. E não acabou por ai, pouco tempo depois, meu irmão me ajudou a comprar outro carro, que desta vez não foi roubado, mas bati de frente com outro carro e, além de ficar a pé de novo, tive que arcar com os prejuízos, e mais uma vez, retomar a muchilinha. Porém, a maneira rápida com que assimilei os prejuízos foi decisiva para que não parasse com meus estudos e trabalho, e ainda pude tirar grandes lições de toda essa situação.

Outra coisa muito importante é não sair correndo em qualquer direção, ou fazer a primeira coisa que vem a mente; veja que Davi foi prudente, primeiro buscou a direção de Deus: “Então, consultou Davi ao Senhor, dizendo: Perseguirei eu o bando? Alcançá-lo-ei? Respondeu-lhe o Senhor: Persegue-o, porque, de fato, o alcançarás e tudo libertarás” (v. 8). A atitude rápida de Davi foi decisiva para a sua vitória, se tivessem demorado mais, talvez não tivessem alcançado o inimigo. Como diz nos versos 18 e 19: “Davi salvou todos os que tinham sido levados como prisioneiros, incluindo as suas duas mulheres, e trouxe de volta tudo o que os amalequitas haviam tomado. Não ficou faltando nada: Davi levou de volta todos os filhos e todas as filhas dos seus homens e todas as coisas, grandes e pequenas, que os amalequitas haviam tomado”.

Esteja preparado para mudar rapidamente, muitas vezes.

Ev. Elias Codinhoto.

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