terça-feira, 28 de julho de 2009

EMPATIA


“Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também” (Lucas 6:37).

A princípio parecia que nada os pararia, a multidão revoltada pedia justiça, eles estavam mesmo determinados a seguir em frente. Não era como nos dias de hoje, com um tribunal, advogados, testemunhas e penitenciária. A justiça da época era executada as pressas, reunia-se a multidão, colocavam-se as evidências e a execução era imediata. Naquele caso, em especial, a condenação era certa, a mulher foi pega em flagrante, a lei era clara, e a sentença: morte por apedrejamento. O aglomerado estava preparado, suas mãos empunhavam as pedras, alguns já faziam pontaria. Mas todos aguardavam, faltava um parecer, eles queriam saber qual seria a sentença de Jesus. Tudo na verdade não passava de um plano bem elaborado, eles pouco se importavam com aquela mulher. Se a sentença de Jesus favorecesse a mulher, contrariaria a lei que a condenava, a Lei de Moisés, se a condenasse a morte, seria condenado pelos romanos, só eles poderiam condenar alguém a morte, pois governavam sobre Israel. O texto de João 8 diz que em resposta a insistente multidão, Jesus se abaixou e escrevia com o dedo na terra. Mas o que Ele escreveu lá? – alguns teólogos acreditam que Cristo escreveu os Dez Mandamentos, outros acham que ali o Mestre revelou os pecados ocultos daquelas pessoas, na verdade não sabemos o que Ele escreveu ali, porém, as palavras ditas por Jesus foram registradas, foi apenas uma frase: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (Jo 8:7b). E inclinando-se voltou a escrever no chão. Parecia impossível, mas, isso foi o bastante para conter a determinada multidão, “ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava” (Jo 8:9). Jesus os pôs em empatia com aquela mulher.
Na psicologia e nas neurociências contemporâneas a empatia é uma “espécie de inteligência emocional” e pode ser dividida em dois tipos: a cognitiva - relacionada à capacidade de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas; e a afetiva - relacionada à habilidade de experimentar reações emocionais por meio da observação da experiência alheia। No sentido etimológico do termo (en+pathos), empatia significa: “sofrer dentro de” ou “se colocar por dentro da pele de”. Assim sendo, a empatia é um sentimento que leva a colocarmo-nos no lugar do outro, ou melhor, "dentro" do outro, alegrando-nos e/ou chorando com ele. Praticar a empatia produz, portanto, a adesão comprometida a alguém, no amor! De fato, o desejo e a abertura a "entrar" no outro, acolhendo-o, constitui um profundo ato de amor. O termo empatia resume o mandamento de Jesus para "amarmos nosso próximo como a nós mesmos" (Mc 12:31).

“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a Lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.” (Rm 13:8-10).

Ev. Elias Codinhoto

Um comentário:

Edson Costa disse...

Que possamos fazer do amor uma prática diária...assim estaremos manifestando mais de Cristo por meio de nossas Vidas!!!!!!!!!!!