quarta-feira, 29 de julho de 2009

A Garantia da Palavra

“Nenhum dos que esperam em ti ficará decepcionado; decepcionados ficarão aqueles que, sem motivo, agem traiçoeiramente”.
Salmo 25:3

Em certa ocasião, estava lendo uma matéria cujo assunto era Burocracia. Segundo o texto, o principal exemplo da burocracia “são os formulários e certidões que o empresário brasileiro é obrigado a apresentar somente para garantir o funcionamento de seu negócio. Hoje, as empresas são obrigadas a ter a certidão negativa de débitos tributários – algo difícil de conseguir na Receita Federal – e têm de preencher formulários mesmo para impostos dos quais são isentas. O Brasil precisa (definitivamente), perder o ‘amor ao papel’.” (Globo.com, 2007).
Você já fez algum acordo importante com alguém sem elaborar um documento devidamente assinado pelas duas partes, que representasse algum valor comprobatório? Se fez, provavelmente deve ter ficado com uma “pulga atrás da orelha” e se perguntado: “Será mesmo que ele irá honrar o compromisso?”. Quantas experiências você já teve em que te deram a palavra que algo jamais aconteceria novamente, e – engraçado, não?! – aconteceu novamente?
O chefe que promete um ajuste no salário ou as férias no período solicitado, e não cumpre. O amigo que tem a sua credibilidade, mas a trai injustamente. Aquele negócio fechado que gerou prejuízo pelo não pagamento, entre outras experiências ruins que geram o descrédito pela palavra, pelas pessoas, pelo Homem.
Disse Jesus: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno” (Mt 5:37). Mas, como tornar o nosso “sim” sim e o nosso “não” não? O segredo é a sinceridade. A palavra “sincero” quer dizer “sem cera”, fazendo menção ao teatro grego, onde os atores usavam máscaras de cera para expressarem os sentimentos, ou seja, sem máscara, quando alguém queria uma conversa franca dizia, seja sincero. Melhor dizendo, deixe-me vê-lo sem máscara, seja real.
Recentemente foram encerradas as negociações no pregão viva voz da BM&F, para dar lugar ao sistema de negócios eletrônico, onde trabalhei por cerca de 18 anos, era um dos poucos lugares onde a palavra ainda era levada a sério, um operador apregoava a venda ou a compra de um determinado contrato e, uma vez recebendo o fechado de outro operador, o negócios estava concretizado, não dava para voltar atrás, nem se fosse um erro, a corretora teria que honrar a operação। As pessoas muitas vezes não cumprem com o que dizem por não serem sinceras, porém, Números 23:19 nos afirma: “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?”, e ainda em Deuteronômio 7:9 nos garante: “Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos”, essa é a garantia da Palavra, pois sendo Deus soberano sobre tudo e sobre todos disse: “Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR...” (Gn 22:16). Podemos confiar em sua palavra, suas promessas são fiéis, o Senhor Jesus afiança: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13:31). E esse Deus fiel te diz: “Tu és o meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei, não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel. [...] Porque eu, o SENHOR, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo” (Is 41:9b, 10 e 13).



“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Co 10:13).



Ev. Elias e Juliana Codinhoto.

terça-feira, 28 de julho de 2009

EMPATIA


“Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também” (Lucas 6:37).

A princípio parecia que nada os pararia, a multidão revoltada pedia justiça, eles estavam mesmo determinados a seguir em frente. Não era como nos dias de hoje, com um tribunal, advogados, testemunhas e penitenciária. A justiça da época era executada as pressas, reunia-se a multidão, colocavam-se as evidências e a execução era imediata. Naquele caso, em especial, a condenação era certa, a mulher foi pega em flagrante, a lei era clara, e a sentença: morte por apedrejamento. O aglomerado estava preparado, suas mãos empunhavam as pedras, alguns já faziam pontaria. Mas todos aguardavam, faltava um parecer, eles queriam saber qual seria a sentença de Jesus. Tudo na verdade não passava de um plano bem elaborado, eles pouco se importavam com aquela mulher. Se a sentença de Jesus favorecesse a mulher, contrariaria a lei que a condenava, a Lei de Moisés, se a condenasse a morte, seria condenado pelos romanos, só eles poderiam condenar alguém a morte, pois governavam sobre Israel. O texto de João 8 diz que em resposta a insistente multidão, Jesus se abaixou e escrevia com o dedo na terra. Mas o que Ele escreveu lá? – alguns teólogos acreditam que Cristo escreveu os Dez Mandamentos, outros acham que ali o Mestre revelou os pecados ocultos daquelas pessoas, na verdade não sabemos o que Ele escreveu ali, porém, as palavras ditas por Jesus foram registradas, foi apenas uma frase: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (Jo 8:7b). E inclinando-se voltou a escrever no chão. Parecia impossível, mas, isso foi o bastante para conter a determinada multidão, “ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava” (Jo 8:9). Jesus os pôs em empatia com aquela mulher.
Na psicologia e nas neurociências contemporâneas a empatia é uma “espécie de inteligência emocional” e pode ser dividida em dois tipos: a cognitiva - relacionada à capacidade de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas; e a afetiva - relacionada à habilidade de experimentar reações emocionais por meio da observação da experiência alheia। No sentido etimológico do termo (en+pathos), empatia significa: “sofrer dentro de” ou “se colocar por dentro da pele de”. Assim sendo, a empatia é um sentimento que leva a colocarmo-nos no lugar do outro, ou melhor, "dentro" do outro, alegrando-nos e/ou chorando com ele. Praticar a empatia produz, portanto, a adesão comprometida a alguém, no amor! De fato, o desejo e a abertura a "entrar" no outro, acolhendo-o, constitui um profundo ato de amor. O termo empatia resume o mandamento de Jesus para "amarmos nosso próximo como a nós mesmos" (Mc 12:31).

“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a Lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.” (Rm 13:8-10).

Ev. Elias Codinhoto